A filosofia de vida dos ninjas era chamada de Ninpō (Ninjutsu), envolvendo a adaptação, a liberdade e a perseverança férrea como princípios básicos.
As espadas ninja, conhecidas por Ninja to, eram devidamente adaptadas às suas técnicas. A Ninja to possuía a lâmina reta e menor do que uma Katana (espada samurai), permitindo um uso mais junto ao corpo, um ocultamento e transporte mais fáceis. Pórem nem sempre era comum a utilização somente desse tipo de equipamento, sendo a shinobi katana uma arma também muito popular na época.
Além das espadas, os ninjas utilizavam também vários outros equipamentos e armas, que eram importantes recursos em suas missões. A Kawanaga, ou gancho de agarre, era muito utilizada para ultrapassar muros e similares. Algumas escolas usavam bombas de fumaça Kemuridama para facilitar suas fugas.
Shakens (ou shurikens), as conhecidas "estrelas ninja", também eram utilizadas amplamente. O Shinobi Shozoku, ou uniforme ninja, tinha por função camuflar o ninja no ambiente, de modo a facilitar a sua "invisibilidade". O uniforme ninja não era totalmente preto como muitas pessoas pensam, pois o preto se destaca mesmo sendo noite, os tons mais comuns eram azul marinho, marrom escuro, e outras tonalidades escuras, pois os ninjas costumavam trabalhar a noite.
Os ninjas também usavam disfarces de camponeses, pescadores, etc. Tudo para facilitar o trabalho como espião.
Também havia mulheres ninja, denominadas Kunoichi. Entre outras vantagens características, as mulheres ninja usavam a sedução (kisha) como arma, pois além de seu treinamento de combate junto com seus companheiros do sexo masculino, também recebiam treinamento na arte da sedução, na arte de elaboração e aplicação de venenos e usavam o Tessen (leque) com lâminas de metal, assim como as das espadas. Atuavam combatendo ou seduzindo homens de alto poder político; com a sedução elas conseguiam maior facilidade em obter as informações de que precisavam.
Os ninjas geralmente buscavam defender suas terras e sua família dos interesses feudais latifundiários. No entanto, alguns clãs shinobi trabalhavam como mercenários e algumas alianças com senhores feudais ocorriam, conforme os interesses políticos do momento.
Entre as inúmeras técnicas do Ninjutsu, estão: a arte da invisibilidade, luta desarmada e armada (envolvendo o manejo de espada, bastão, lança, armas com correntes e outras mais exóticas), pressão de pontos vitais (o que podia levar o adversário a dores insuportáveis ou até mesmo à morte), técnicas de fuga, métodos de caminhar silenciosamente, escalada de obstáculos, luta dentro d'água, envenenamento, hipnose, treinamento de flexibilidade das juntas (o que facilitava fugas de amarras) e, finalmente, a arte dos disfarces, que envolvia também técnicas de dramatização, o que possibilitava o ninja se passar por outras pessoas.
Apesar da tradição de 3000 anos, as primeiras aparições ninja vão ocorrer, no Japão, a partir do século VI até a Era Meiji, no século XIX, a utilização desses agentes como espiões foi aos poucos diminuindo e adentrando, novamente nas brumas da história, para renascerem mais tarde, como, durante a Guerra Russo-Nipônica em 1905 e no período que marca a Segunda Grande Guerra (1939-1945).
Um registro importante é que, enquanto os samurais ainda procuravam entender a eficiência das armas de fogo levadas para o Japão pelos portugueses, os ninjas de pronto já incluíram essas armas em seu arsenal e passaram a utilizá-las em suas operações, pois haviam conhecido-as pelo intermédio de piratas chineses e japoneses.
Fato é que os ninjas, com a Restauração Meiji, foram integrados às forças policiais e militares do Japão e isso ocorre até hoje, não só no Japão, mas no mundo todo. Com isso, o Ninjutsu já é uma arte marcial espalhada pelo planeta e utilizado em larga escala pelos organismos estatais que necessitam do silêncio e da eficiência em suas operações.
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